6 D´s da educação corporativa: como transformar treinamentos em resultados?

Como profissionais de Treinamento e Desenvolvimento, é fundamental sempre buscar por maneiras de melhorar a eficácia das ações de T&D. Nesse sentido, a metodologia das 6 D’s é uma abordagem estratégica e pode ajudar nesse objetivo, tornando o processo mais efetivo.

Ela foi desenvolvida por Calhoun Wick, Roy Pollock e Andrew Jefferson e é parte do livro "6 D’s: as seis disciplinas que transformam educação em resultados para o negócio". Aqui, vamos apresentar cada uma dessas disciplinas e explicar quais as formas ideais de aplicação em ações de treinamento, especialmente EAD. Confira o conteúdo!

O que são e como funcionam os 6D’s?

Os 6 Ds são uma parte de um projeto de T&D baseado em seis disciplinas ou etapas principais. São elas:

  • Direção: estabelecer uma visão clara e compartilhá-la com a equipe;

  • Desenho: definir claramente as tarefas, responsabilidades e papéis dos envolvidos;

  • Desenvolvimento: oferecer oportunidades de crescimento e desenvolvimento de skills aos membros do time;

  • Dedicação: incentivar a dedicação ao trabalho e aos objetivos estabelecidos;

  • Determinação: ajudar todos a manterem o foco e perseguir metas, mesmo que sejam difíceis;

  • Disciplina: manter os colaboradores em sintonia e garantir que as ações sejam coerentes com a visão, missão e valores.

A aplicação cuidadosa dessas etapas é destinada a aumentar o impacto do aprendizado, levando soluções realmente valiosas ao negócio.

Como resultado, as equipes de T&D, os colaboradores e a empresa podem obter melhorias na produtividade e nos retornos que os próprios times internos geram.

Como aplicar a metodologia na construção de uma universidade corporativa?

Ao pensar na criação de uma universidade corporativa, é interessante visar  o aumento do aprendizado na organização, bem como os efeitos causados por ele. Nessa hora, as disciplinas dos 6D’s podem ser aplicadas. Confira 3 exemplos:

  1. Desenho: essa disciplina pode ser utilizada para personalizar os programas conforme as necessidades da universidade corporativa;

  2. Desenvolvimento: já essa pode assegurar que o que foi aprendido seja efetivamente aplicado na prática da organização;

  3. Determinação: essa etapa pode prover recursos e suporte para ajudar os funcionários a colocarem em prática o que aprenderam.


Entenda cada um dos 6D’s

Após saber que a aplicação prática dos 6 D’s nos seus treinamentos é uma das melhores formas de desenhar estratégias de T&D, é hora de saber do que se trata cada um deles. Confira!

D1: Determinar o que se espera em termos de resultados (objetivo)

Antes de iniciar qualquer programa de T&D, é importante definir claramente o que se espera em termos de retornos. Isto é, de que forma a dedicação à entrega de conhecimento impactará o dia a dia dos setores.

Nesse momento, unir o que a empresa espera ao nível de conhecimento que os colaboradores adquirirão, caso tudo corra da forma ideal, é essencial. Ao determinar os resultados esperados, é possível se beneficiar da transferência de conhecimento e direcionar a atenção para a sua aplicação no negócio.

Além disso, ter objetivos claros também aumenta o empenho dos envolvidos e sua responsabilidade em relação ao desenvolvimento.

D2: Desenho de uma experiência clara de ponta a ponta

As ações implementadas não devem ser encaradas como projetos únicos. Elas precisam ser vistas como uma experiência que não se resume ao momento de aprendizagem. Ou seja, seus efeitos devem ser monitorados até o fim das palestras e treinamentos — quando os retornos vierem.

Para que isso aconteça, é importante que as instruções desenhadas sejam construídas com cuidado, considerando todas as etapas do processo, como:

apresentação dos projetos aos times;
preparação;
capacitação;
e transferência dos conhecimentos.

É interessante reforçar que o processo deve ser claro e objetificar o que é esperado de todos os envolvidos.

D3: Direcionamento adequado

Esse terceiro passo fala sobre a importância de trabalhar junto a outras áreas da organização, como a parte operacional, para ter certeza de que as ações são aplicáveis e serão aproveitadas.

Também é preciso acompanhar métricas e indicadores de desempenho, para entender quais passos fazem sentido e quais rotas devem ser reajustadas.

D4: Dedicação a verificar a efetividade na rotina da empresa

Como profissionais de T&D, ao longo do processo, é importante verificar o que já está sendo aplicado nos projetos e internos e o que precisará ser incluído nas rotinas. Uma boa forma de fazer isso é colocando o conhecimento à prova.

Avaliações e entrevistas ajudam nesse momento. Afinal, nem sempre existem mecanismos automatizados para medir a eficiência das ações.

D5: Desempenho e suporte às ações

Para que o projeto de desenvolvimento tenha um impacto real na organização, é importante investir em ações que forneçam suporte aos funcionários na forma de: materiais informativos; ferramentas tecnológicas; e pessoas especializadas para auxiliá-los no desenvolvimento de suas competências. 

D6: Documentação

Colocar os retornos obtidos em uma planilha pode fazer a diferença na hora de avaliar a efetividade da ação e para comprovar o ROI das ações.  Além disso, é importante medir e analisar os dados internos obtidos periodicamente para identificar pontos de melhoria.

Em suma, a ferramenta é valiosa na construção da universidade corporativa. Isso porque afeta diretamente a rotina de trabalho dos colaboradores. Quando aplicada corretamente, ela melhora todos os passos envolvidos na entrega de resultados por parte das equipes.